Entre o mar e a serra: Kotor, a pérola de Montenegro
Foi num lugar de rara beleza que voltámos a atracar o “barco”, durante a nossa roadtrip pela Europa de Leste. E reparem bem no que viemos descobrir! Em Montenegro, entre as imponentes montanhas escarpadas, aninhada em plena costa do Adriático, esperava-nos Kotor. Uma cidade fortificada, com vista para uma baía azul que serve de espelho a uma paisagem de fazer inveja aos melhores contos de fadas!
Mas, por aqui, descobrimos ainda mais alguns lugares de encantar. Lê o nosso artigo e fica a conhecê-los!
Após um longo trajeto desde a Bósnia-Herzegovina, foi já de noite que chegámos a Kotor. Uma estrada estreita e sinuosa que quase parecia interminável. Mas que, pelo caminho, nos ia oferecendo vistas dignas de autênticos quadros!
Ao cair da noite, a luz escasseou e os últimos 100 quilómetros de viagem foram compassados pelo som da chuva torrencial a embater contra os vidros do carro. Já em Kotor, mal se via a baía.
Em passo de corrida, entrámos no apartamento que tínhamos reservado. Pousámos as malas e mergulhámos num sono mais do que merecido!
Primeiras impressões
O dia seguinte era, finalmente “o” dia! O dia que tínhamos inteiramente reservado na agenda para conhecer Kotor e todos os seus recantos com os nossos próprios olhos. Depois de já os conhecermos de fio a pavio através de blogs!
Acordámos bem cedo para iniciar a nossa caminhada pela cidade e suas montanhas. Ao contrário da noite anterior, fomos presenteados por um sol quente que convidava a um bom passeio. Mas antes de tudo, era preciso reforçar o nosso pequeno-almoço. Afinal, iríamos caminhar e subir 1555 degraus!
Seria uma manhã cansativa. Contudo temos de dizer que nada do que íamos vendo dissuadia a nossa vontade de ir mais longe. De conhecer mais um pedacinho daquela terra de gentes tão simpáticas e prestáveis!
Caminhar, caminhar e caminhar!
Depois de um café pela marina de Kotor, lá fomos nós, sempre a subir até ao forte da cidade! Mas qual forte?
Pois é, enganámo-nos ao selecionar o percurso no Google Maps e qual não foi o nosso espanto quando descobrimos este erro crasso…ao fim de um tempo já considerável a caminhar! Bem, erro crasso ou nem tanto. Pois se “Deus escreve direito por linhas tortas” de certeza que não se enganou. Ficámos deslumbrados com o percurso que fizemos. Já que à medida que íamos caminhando montanha acima, a vista se tornava cada vez mais bonita e o ar puro e cheiro de natureza eram, de facto, impagáveis!
Admitamos que o cansaço era imenso. Mas, por entre aquelas escarpas forradas por uma vegetação bem verde e fresca, garantimos-te que cada passo mais pequeno valeu a pena!
Se tens vertigens ou pouco equilíbrio, talvez não te aconselhemos esta caminhada com direito a trepar por pedras e muralhas. O abismo do vale pode assustar os mais sensíveis! Mas fazemos figas para que te enchas de coragem para poderes vislumbrar a vista lá de cima!
À descoberta de outros tempos
Várias foram as ruínas graníticas que encontrámos ao caminhar pela encosta. Entre as quais uma pequena capela que servia, imagina só, de estábulo para um burro! O Rafita é que não adorou a ideia de perder o protagonismo por uns minutos! 🙂
Os terrenos baldios permaneciam ainda divididos por robustos muros que não eram mais do que empilhamentos de pedra sobre pedra e algumas partes de piso pavimentado permitiam imaginar vivências de outras épocas, de outras gentes. Sim, Montenegro foi densamente povoado por fenícios, gregos e romanos, tendo chegado a pertencer a diferentes países como Áustria ou até mesmo Rússia! Hoje em dia, aquele pedaço de escarpa pertenceria apenas ao silêncio e ao som dos pássaros que, de quando em vez, sobrevoavam a montanha.
Palmilhando a encosta
Ao longo do percurso fomos encontrando pequenos símbolos que viemos a concluir serem semelhantes ao utilizados em Portugal para sinalizar percursos pedestres, os chamados PR’s e GR’s. (Para saberes mais sobre estes mesmos sinais nos trilhos de Portugal, clica aqui.
Não subimos os 1555 degraus porque fizemos outro percurso. Assim, viemos a descobrir a escadaria já a meio. No entanto, valeu pela longa caminhada e pelo esforço para encontrar a rota certa!
Ao chegar lá acima, sentimo-nos verdadeiros super-heróis, capazes de tocar aquelas nuvens cinzentas que deambulavam pelo céu com as nossas próprias mãos! Ao olhar para baixo, a Baía de Boka ali, como que de braços abertos, à espera pelo nosso mergulho. Dali víamos os imponentes navios de cruzeiro que chegavam e partiam e que, de longe, nos pareciam tão mais pequeninos!
Depois de apreciarmos a vista lá de cima em todos os ângulos possíveis e imaginários, fizemos o percurso inverso para descer até à baía novamente. E chegámos em boa hora, em hora de almoçar, já que a fome era imensa!
Assim, parámos no primeiro restaurante que encontrámos, o Caffe del Mare, um restaurante italiano onde saboreámos massas de comer e chorar por mais. Entretanto ao nosso lado a almoçar na esplanada, estava um casal polaco que ia interagindo com o Rafita de vez em quando. Viemos a descobrir que também eles tinham um cão da raça Border Collie e tudo isto motivou uma conversa bem interessante durante a refeição. De facto, preparavam-se para iniciar uma prova de triatlo em Kotor dali a umas horas e estavam um pouco ansiosos, mas queremos acreditar que aquela conversa descontraída tenha ajudado a que relaxassem e a fazerem uma prova bem sucedida!
Kotor pelos nossos olhos
Assim, podemos definir Kotor em apenas uma palavra: magia! É uma pequena cidade que convida a certamente bem mais do que um dia de estadia. Em que se possa desfrutar das águas azuis transparentes daquela baía ou até mesmo do ar puro da montanha! É um lugar sofisticado e tranquilo. Onde as pessoas parecem felizes e sorriem ao mais pequeno olhar. O que nos deixou, assumimos, enternecidos.
Prometemos voltar e, da próxima vez, com mais tempo para distribuir mais sorrisos por todas aquelas gentes!
Vê aqui como foi a nossa curta estadia em Kotor, no Montenegro!
Beijinhos, abraços e lambidelas
Sara, Pedro e RAFITA 🐶
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