Roménia, Transilvânia: MEDO no CEMITÉRIO do Drácula

Aventura assustadora na Transilvânia:
Fomos conhecer Sighișoara, a cidade do Drácula
na Roménia

Pernas a tremer, suores frios, arrepios e pupilas arregaladas.
Foi mais ou menos isto que aconteceu quando, durante a nossa road trip pela Europa de Leste, decidimos visitar Sighișoara, uma pequena cidade na região da Transilvânia, na Roménia. Aqui, segundo reza a História, nasceu Vlad III. Também conhecido como Conde Drácula que mais tarde veio dar origem a inúmeras histórias de ficção.

Psst psst…mas afinal, que segredos viemos a descobrir por terras romenas?
Contamos-te tudo neste artigo arrepiante!

Para quem acredita em maus presságios, poderá dizer que chegar a esta pequena cidade da Roménia, a cerca de 300 quilómetros a norte de Bucareste com sol e, de repente, começar a chover, é mau agoiro. Mas para nós, ateus assumidos a meio de uma roadtrip pela Europa de Leste, foi apenas uma alteração de planos ditada pelo mau tempo.

Sighișoara, um lugar de contos medievais

Chegámos a Sighișoara a meio da tarde e logo ficámos rendidos ao centro da cidadela! Uma praça que, embora pequena, transpira vida em cada recanto! Ali, em plena Transilvânia, na Roménia, começava mais uma aventura.

Rapidamente percebemos que aquele lugar não se limitava a viver das histórias e lendas em redor do Conde Drácula, que deu origem à personagem do tão conhecido conto de Bram Stoker. Ali, na praça central, cada edifício era de uma cor diferente. E os feixes de luz do sol pousados em cada um deles criavam uma dinâmica de cor ainda mais interessante!

Apesar de cuidada, aquela cidadela medieval da Roménia parecia ter parado no tempo. As ruelas em pedra eram bem estreitas. E se fechássemos os olhos, quase conseguíamos imaginar os cheiros e as gentes de outras épocas. À data da nossa visita, as esplanadas dominavam uma boa parte do espaço do centro histórico. Este, não estando cheio de turistas, oferecia lugares de sobra para nos podermos sentar e apreciar tudo à nossa volta.

A visita mais desejada de Sighisoara!

Caminhámos por uma das artérias da praça principal de Sighisoara até à mítica escada coberta que nos levaria ao cimo da colina. Ali encontraríamos a escola, a igreja…e o cemitério.

Sim, fomos até à Roménia para visitar um cemitério, mas não é um cemitério qualquer. Por ali existem campas tão antigas que devem conhecer de perto a história de Vlad III ou Vlad Drakul, mais conhecido como O Empalador. Este conde da Roménia, da Ordem do Dragão (Drakul) reinou entre 1456 e 1462. Vlad utilizava então a técnica de empalamento para torturar os seus inimigos e evitar assim mais invasões turcas e húngaras.

É uma longa e sangrenta história que deu origem às mais variadas lendas. Mas a verdade é que talvez Vlad III vagueie por ali, no arrepiante cemitério de Sighisoara, em plena Roménia.

Depois de largos minutos de chuva intensa, ganhámos coragem e subimos os 200 degraus da escada coberta. Aquela cobertura em madeira escura e a humidade dentro do túnel tornavam o cenário ainda mais assustador. Mas confessamos que o que realmente nos assustou foi percebermos que, após os 200 degraus, tínhamos ficado verdadeiramente sem fôlego! Só mesmo o Rafita é que ficou pronto para outra! 🙂

Lá no alto, por cima dos ciprestes, corvos cantavam e sobrevoavam o cemitério em bando, como que a avisar da nossa chegada. Pé ante pé, lá fomos por aqueles corredores, já atravessados pela vegetação rasteira. Surpreendentemente, apesar de ali existirem campas bastante antigas, existiam também campas de há poucos anos. O que, dada a falta de preservação daquele lugar, nos pareceu um pouco estranho.

Nisto, ouvimos o portão ranger e um súbito arrepio percorreu-nos a espinha. Pelo que, terminada a visita, saímos a passo apressado!

Nada supersticiosos!

Ainda contagiados por aquela atmosfera assustadora e já com alguma fome, estávamos decididos a jantar no Restaurant Casa Vlad Dracul! Nada mais nada menos do que o lugar onde nasceu Vlad III. E que foi, entretanto, transformado em restaurante. Algo bastante original!

Mas como apaixonados que somos pelo pôr-do-Sol, ficámos fascinados com aquele quadro de fim de dia na Roménia. Perdemo-nos nas horas a apreciar a vista lá do alto do cemitério. Assim, sem querer, deixámos passar a hora de fecho do restaurante.

Optámos assim por outro lugar para jantar, o Restaurant Hotel Sighisoara. Ali experimentámos as sopas típicas. E tudo isto ao som da trovoada que fazia lá fora!

Como se não bastasse, ao chegarmos ao nosso quarto no hotel Fronius Boutique Residence, rapidamente percebemos que havia ali demasiadas coincidências. O nosso quarto era o nº13. Seria caso para preocupação?

De todo, porque adorámos o hotel. Um espaço vintage, com tectos altos e abobadados e mobiliário em madeira. Em tudo perfeito para entrar na alma medieval (e lendária) daquela cidade, classificada como Património Mundial da UNESCO!

A casa do Conde

Na manhã seguinte, visitámos a casa de Vlad III (ou Vlad Țepeș). Uma casa amarela de três andares onde também se encontra o restaurante medieval Casa Vlad Dracul. Diz que ali viveu o Conde Vlad III e o seu pai, Vlad II. Não sabemos se é verdade, mas que a atmosfera é meio estranha, lá isso é!

Armaduras, bustos, quadros, mobiliário e objetos pessoais são algumas das coisas que podemos ver. Num quarto iluminado à luz de velas, existe também um caixão com um defunto lá dentro. Bom, na verdade este defunto é apenas um ator a representar o Conde Drácula. Mas que faz bem a sua parte para tornar o ambiente mais tenso e nos assustar. Nem o Rafita escapou! Eheh 🙂

Estando naquele ambiente e ao ver todos aqueles cenários, compassados pelo ranger do soalho, era impossível não recordar tudo o que tínhamos lido sobre Vlad Țepeș. Tal como as torturas que levava a cabo para afastar os inimigos! Será que ainda vagueia pela casa?

Não sabemos, mas é melhor nem pensar nisso!

Mais uma visita arrepiante em plena Roménia. Esta por 10 lei (cerca de 2€) por pessoa!

A Torre do Relógio de Sighisoara

Ao fim de várias tentativas desde o dia em que chegámos (devido ao horário ou ao mau tempo), lá conseguimos visitar a mítica Torre do Relógio. Entrámos e começámos a subir as escadas que nos levariam ao topo. Em madeira, os degraus rangiam à nossa passagem e o cheiro a mofo era intenso lá dentro, tal como em todos os lugares que tínhamos visitado naquela cidadela. Afinal, todos os edifícios são antigos e mantêm a traça e materiais originais de construção, daí que o cheiro não surpreenda.

Pudemos também ver de perto o mecanismo que faz girar os bonequinhos de madeira e tocar o sino de hora em hora.
Ao chegarmos ao topo e avistarmos a varanda, apressámo-nos a ir contemplar a vista incrível sobre Sighisoara e as terras vizinhas na Roménia!

Já fora das muralhas de Sighisoara, despedimo-nos em grande com um almoço no Vin Tage. Um espaço moderno e “fora da caixa”. O seu terraço oferecia uma incrível vista para a grande torre que tínhamos visitado há algumas horas atrás.

Por fim, ao deixarmos aquela cidade da Roménia, ficámos a perceber o quão raro é encontrar um lugar como Sighisoara. Uma cidade medieval algures parada no tempo. E, da mesma forma, cheia de vida e cor! As ruas deixaram-nos um sabor especial a histórias de encantar e uma imensa vontade de voltar a parar por aqui e a viver um pouco mais desta cultura e destas gentes.

Vê o vídeo sobre a nossa passagem pela Roménia, na cidade do Conde Drácula!

Beijinhos, abraços e lambidelas

Sara, Pedro e RAFITA 🐶

por:

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